Eligiane T. Binotto
Joelmir A. Wiest
Com este trabalho temos a
intenção de questionarmos uma fundamental preocupação que é como podemos tornar
o atendimento psicológico mais acessível à maioria da população, evitando fazer
limitações de grupos? Podendo ter um grande enfoque na atuação junto à comunidade
prevenindo e promovendo a saúde pública. Não devemos focar somente o bem estar
físico e mental, mas sim a manutenção da saúde, prevenção das doenças
orgânicas, comportamento dos indivíduos ou seu estilo de vida para evitar
situações de saúde precárias, por que envolve situações onde deve existir uma
responsabilidade individual e social.
A presença do psicólogo na área
da saúde depende de mais clareza para os profissionais desta área, pois existem
pontos de encontro, mas também de divergências, principalmente quando se tratar
do enfoque do problema. Os aspectos principais durante a abordagem da saúde
pública incluem processos como a prevenção primária, uma orientação geral
englobando toda a sociedade e intervenções nos processos políticos de saúde e
política social. E nesta situação que a Psicologia parte dando maior atenção a
aspectos secundários e terciários aos problemas de saúde do individuo.
O Psicólogo busca desenvolver
métodos que solucionem os problemas cotidianos ao invés de promover e
compreender cientificamente os processos de mudança de comportamento e promoção
da saúde, mas também existe a necessidade de que o psicólogo interaja com
outros profissionais da área da saúde para que os conhecimentos de forma geral possam
ser repassados as pessoas do grupo realizando esforços em conjunto para atender
essa demanda da realidade social e que atinja as populações menos favorecidas,
que é a sua grande maioria.
Para um bom desenvolvimento em
todo esse processo na saúde pública é necessário o desenvolvimento de pesquisas
que apontem a funcionalidade individual e ambiental do ambiente comunitário,
mas ainda é um longo caminho a ser percorrido.
Cada dia mais a valorização de
intervenções primárias, secundárias ou terciárias em saúde, implicam na
necessidade de se compreender e interferir sobre estes contextos dos indivíduos
ou grupos, expostos às diferentes enfermidades ou outras condições de agravo à saúde.
A Psicologia da Saúde vem sendo convidada a dar sua parcela de contribuição a
essa nova abordagem destes problemas, e é indispensável que nos mobilizemos
para responder a esses pedidos, e que nos organizemos, cada vez mais, para que
nossa inclusão sócio-sanitária seja cada vez mais eficiente e reconhecida.
Sabemos que as rápidas mudanças
sociais que procedem da globalização, do desenvolvimento econômico, da industrialização
e a urbanização, tem causado consequências profundas sobre a estrutura das
comunidades, o funcionamento das famílias e o bem estar psicológico das
pessoas. Em muitos lugares, estas mudanças tem afetado os sistemas tradicionais
de apoio psicossocial, reduzindo assim a disposição dos indivíduos, famílias e comunidades
de encarar adequadamente suas angústias, enfermidades e incapacidades físicas.
A importância da dimensão
psicossocial da saúde e enfermidade se constitui numa grande necessidade e um
espaço inquestionável para a Psicologia como ciência e para os psicólogos como
profissionais interessados na melhoria das condições de saúde e qualidade de
vida dos indivíduos.
A identificação do psicólogo
sempre esteve ligada às relações sobre o indivíduo e dele para o mundo, sendo
muito marcante esta relação em nosso país, colaborando para que os psicólogos
brasileiros se mantenham distantes dos processos de decisões sobre o caminho
das políticas de saúde que são elaboradas pelos governantes.
A Psicologia vem se desenvolvendo
de forma crescente e procurando ampliar seus limites de atuação, que na verdade
são muito amplos e que abarca todas as fases do atendimento ao paciente. Essa
ampliação vai muito além das práticas clínica e médica, estendendo-se para o
campo de intervenção no campo social do paciente. Buscando se aproximar do
papel da Psicologia da Saúde no contexto comunitário, que é de prevenção e/ou promoção
da saúde de forma de destacar a diferença de um trabalho comunitário realizado com
e sem a presença de um psicólogo da saúde.
O psicólogo pode contribuir de
maneira muito positiva e eficaz na equipe de saúde, a pessoa doente sempre é
paciente de vários profissionais. Isso significa que ela é manipulada por
várias pessoas e responde a constantes interrogatórios por parte da equipe
médica. O psicólogo deve olhar para o paciente como um todo, como alguém que
está sujeito a vários olhares. Como essa pessoa se sente nesse lugar, o que
pensa sobre o que os outros fazem com ela, o que pensa sobre sua doença, como
vivencia esse momento. Pertence ao psicólogo à função de revelar para a equipe
informações sobre o paciente que transcenda ao foco específico de cada
profissional, acolher também as dificuldades da equipe em relação a determinado
paciente e atuar como intermediador, tentando traduzir essa dificuldade tanto para
o paciente quanto para a equipe e ajudá-los a encontrar uma forma de resolver e
lidar com essa dificuldade.
O psicólogo deve ter sempre a
preocupação de revelar algo para a equipe sobre o paciente, de forma que essa
informação possa possibilitar à equipe uma visão mais ampla, e dessa forma
administrar-lhe um tratamento melhor.
Quanto ao papel da Psicologia da
Saúde e de seus profissionais, esta associada às próprias características
econômicas, sociais, políticas, de desenvolvimento cientifico e do modelo de
saúde de cada nação em particular e mais seu desempenho deverá ser de acordo com
as possibilidades de cada realidade. Deve ter uma postura de ajustamento a cada
realidade que se insere, adotando-a como sua, para assim ter uma boa visão de
saúde.
O enfrentamento dos problemas de
saúde de determinada comunidade solicita uma intervenção que se traduz em
noções de saúde de diferentes tipos, como promoção, proteção, prevenção,
recuperação, reabilitação, etc. Para que isso ocorra é necessária atenção, não
só médica como de outros profissionais, pois não basta apenas identificar o
diagnóstico e iniciar o tratamento, mas acompanhar os fatores a ele associado.
Para efeito dessas ações, necessita-se de planejamento, organização, direção,
execução, acompanhamento e avaliação, sendo fundamental a inserção de
profissionais comprometidos e capacitados em programas de saúde pública.
É preciso que futuros
profissionais possibilitem o desenvolvimento da reflexão crítica acerca do
papel do psicólogo, e de sua inserção e identidade profissional. Como profissional
da saúde é necessário que o psicólogo, observe, ouça e perceba atentamente o
que é dito e o que não é, para assim oferecer, no campo da terapêutica humana,
a possibilidade de confronto do sujeito com sua angústia e sofrimento na fase
de sua doença, buscando separar os momentos de crise.
Nenhum comentário:
Postar um comentário