“O Tempo perguntou ao Tempo, quanto Tempo o Tempo tem, o
Tempo
respondeu ao Tempo que o Tempo tem tanto Tempo quanto
Tempo, Tempo
tem.”
Muito prazer sou o Senhor Tempo,
e desperto reflexões e interesses de várias pessoas em variadas áreas, desde
acadêmicos até as pessoas que tem o interesse de tentar explicar os problemas
que estão envolvidos em nossa vida cotidiana. Com certeza, esta preocupação não
é tão recente para o homem, voltando à filosofia antiga, desde os hebreus
chegando até os gregos, pela filosofia cristã, pela filosofia moderna até os
dias atuais.
Muitos de nós, devido a nossa
rotina diária “moderna”, assumimos sem saber que o tempo adota um ritmo
próprio, sem sofrer influências. O tempo é o único que não pára, sempre irá
prosseguir mesmo que o funcionamento de algum processo seja interrompido.
Gerson Luis Trombetta comenta
que: “O sentimento intuitivo de que o tempo é universal e absoluto seguidamente
entra em conflito com certas experiências que fazemos com o próprio tempo.”
Uma experiência que nos assombra
é a de que existe uma desconfiança objetiva do tempo que surge quando
realizamos comparações com nossa “definição interna” do tempo. Essa definição
interna do tempo abrange uma consciência permanente que pode variar dependendo
da nossa atenção ao presente. Se a atividade que estamos desempenhando é
interessante, é normal que “esqueçamos” do tempo e este parece ser curto. Já de
outra forma, quão mais atenção dedicamos ao tempo, mais longo ele parecerá.
O incerto tempo continuamente
inspira edição de filmes e livros. Há certo deslumbre ao redor da influência do
tempo, mesmo que seja para voltar ao passado, ir para o futuro ou meramente
pará-lo.
Definitivamente ninguém sabe
quanto tempo o tempo tem, mas sabemos que não temos muito tempo para muitas
coisas. Parando para avaliar, fico surpreso com a quantidade de coisas que eu
faço, mesmo não arranjando muito tempo. Quando eu realmente tinha tempo, não
usufruía, bem como quanto mais tempo eu tinha, mais tempo eu desprezava
refletindo no que eu poderia realizar no tempo que eu possuía.
A teoria científica e filosófica
do tempo tem sido um elemento de meditação por parte de muitos especialistas e
filósofos. Porém, atualmente o que mais tem se revelado como um campo de
interesse, por ambas as áreas, é como o tempo está sendo aproveitado na
contemporaneidade.
Olinda Maria Noronha (2003)
comenta que:
“Nas ciências e nos conceitos propostos antes de Kant (1724-1804),
o espaço teve um papel preponderante, sendo que o tempo estava determinado pelo
espaço e a ele subordinado. Leibniz (1646-1716), por exemplo, sustentava que assim
como o espaço é uma ordem de coexistências, o tempo é uma ordem de sucessões
que fluem de modo uniforme. Kant critica Leibniz ao desenvolver uma doutrina do
tempo na Crítica da Razão Pura, negando que o tempo seja um conceito empírico
derivado da experiência, sendo, portanto, uma representação necessária que
subjaz em todas as nossas experiências, ou seja, uma forma de intuição a
priori.”
Estas exposições têm como
objetivo somente realçar a valor da discussão sobre o tempo para o
aperfeiçoamento da ciência histórica e para a compreensão da historicidade
humana.
Na atualidade nós nos entregamos
de forma obsessiva ao controle exercido pelo tempo e no final das contas não
acaba sobrando mais nada de tempo útil. A dor da “falta de tempo”, tem a ver
absurdamente com um exagero de atenção que damos a ele, esquecendo
“temporariamente” daquilo que praticávamos perfeitamente na infância.
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