quinta-feira, 7 de julho de 2011

O Silêncio

“Deus nos deu uma boca e dois ouvidos para que possamos menos falar e mais ouvir”; (ditado
popular).
Inúmeras pessoas se escondem do barulho psicológico que se torna ensurdecedor para estas pessoas, relacionados à suas emoções que podem estar desequilibradas. Buscam camuflá-las se distraindo com outras coisas como assistindo televisão, ouvindo o rádio em volume alto entre outras ações.
É uma forma de fugir do confronto consigo mesmo. Fogem do real para se afundarem no irreal, seja ele interno ou externo. Sócrates dizia: “conhece-te a ti mesmo”, pois o autoconhecimento é inevitável e indispensável para que o silêncio patológico não domine nossa vida.
A expressão inicial do silêncio se dá no plano físico, podendo atingir o emocional. Quando este é afetado, simboliza o desapego aos desejos, manifestando a indiferença e a paz interior.
Para a pessoa que está em busca da sabedoria, o silêncio é sua melhor arma. Porém, o silêncio é a ausência de palavras faladas, mas não pensadas. É necessário ouvir a voz do silêncio.
Quando os elementos interpessoais se complementam, não há a necessidade de existirem palavras. O silêncio possui as respostas. Ele não causa constrangimento e não deve ser rompido com palavras insignificantes, pois ele é o significado.
Para entender o silêncio, é necessário paciência. Pode ser desagradável sua espera, principalmente quando as palavras não são capazes de manifestar os sentimentos inerentes da pessoa. Devemos economizar energia na tentativa de disseminar palavras para explicar algo que não podem ser explicadas e sim, sentidas. Realizamos discussões fadigosas, dando a impressão de serem intermináveis, até que tomamos a consciência de que as palavras possuem fundamentos limitados. O silêncio é o apaziguamento das nossas palavras limitadas.
Na terapia psicológica, as palavras são essenciais para a manifestação do sentimento e o silêncio é essencial para a elaboração das palavras ditas no processo dialético.
Algumas pessoas que procuram um psicólogo para realizar terapia podem se sentir incomodadas com o silêncio que pode se manifestar nas sessões, pois a pessoa pode esperar que o terapeuta falasse alguma coisa como forma de ajudar a pessoa a resolver o que foi relatado e o terapeuta pode esperar que a pessoa continuasse a falar sobre questões que estava falando, mas isso também depende da linha teórica que o terapeuta segue.
           O silêncio é amedrontador para os que não entendem o seu sentido. Pode ser visto como uma resistência, um consentimento ou um momento para reflexão. Porém, uma certeza é de que ele é uma maneira diferente de se comunicar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário