segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dibs – Em busca de Si Mesmo

Aos cinco anos de idade, Dibs era uma criança que nada falava, materialmente. Tinha acessos de raiva com todos que falavam com ele, engatinhava ao redor da sala de aula, se escondia de baixo da mesa e chupava o dedo polegar enquanto seus colegas de sala faziam as atividades.
Dibs era uma criança que pouco se comunicava verbalmente, não brincava e em alguns momentos apresentava muita agressividade, raiva que confundia os profissionais que trabalhavam com ele, seja no âmbito clinico ou escolar. No entanto, mesmo sofrendo com a negligência por parte dos pais, Dibs era muito inteligente, porém não encontrava espaço para se desenvolver, isso fez com que ele se tornasse reprimido em alguns aspectos e os aprendizados se davam de forma solitária, não sabendo a distinção do mundo das crianças e dos adultos.
Na escola os professores começaram a se preocupar com Dibs. Desta forma, decidiram procurar a ajuda de uma psicóloga para tentar resolver o problema que estava passando com este menino. Dibs foi encaminhado a uma psicóloga com hipóteses de retardo mental ou autismo. A terapêutica utilizada foi a ludoterapia de forma não diretiva deixando a criança adquirir independência emocional. As sessões de ludoterapia foram o grande passo para o desenvolvimento interior de Dibs.
A sala de brinquedos onde eram realizadas as sessões se transforma em um mundo novo para Dibs, onde ele pode criar e recriar da forma que quiser o seu mundo. A ludoterapia ajudou Dibs a se encontrar consigo mesmo, a descobrir suas potencialidades.
Essa terapia foi feita no Centro de Orientação Infantil, onde D. A. trabalhava, era
como Dibs chamava a psicóloga. No começo, o menino ficava quieto, e demonstrava o quanto odiava que as portas e janelas ficassem fechadas, através da casinha de brinquedo que havia na sala, e dizia que não gostava de seus pais, e de sua irmã Dorothy. Dibs começou a demonstrar a eficácia de sua linguagem, a forma com que falava, para sua idade, era incrível.
A cada sessão Dibs apresentava uma melhora, começou a entender seu medo e descobrir verdades. Ele sentia raiva, angústias e começou a substituir estas pela alegria e confiança em si. Um dos primeiros passos de Dibs foi tirar seu casaco e seu sapato sozinho, ele descobriu que poderia fazer isso, confiava que poderia, e a terapeuta o deixava agir sozinho e o estimulava para ter autonomia.
Aos poucos Dibs ia demonstrando seu alto potencial e isso era a prova de que não possuía nenhum retardo mental e era um garoto especial, com uma inteligência especial. Dibs havia se encontrado e podia sentir orgulho de si mesmo, aprendeu a entender os seus sentimentos e demonstrá-los aos outros, não teve mais crises de raiva e poderia ser considerado como uma criança capaz e feliz.
Dibs era uma criança rejeitada pelos seus pais desde a gestação. Sua mãe não queria um filho, pois era uma cirurgiã respeitada pelo ótimo trabalho que realizava e com um filho teria que abandonar sua profissão, quando ficou grávida dizia que tudo tinha se acabado, sua profissão, seu casamento, pois seu marido também não queria um filho, pois estes viviam muito bem.
Com o apoio da terapeuta nas sessões de ludoterapia, Dibs pode exteriorizar seus sentimentos e suas mágoas pelos seus pais, e estes puderam elaborar a culpa pela rejeição do filho, e assim se deu a recuperação e descoberta da criança brilhante que Dibs era. Após Dibs ingressar na terapia, a psicóloga permite algumas liberdades e estimula ele a autonomia, não realiza cobranças e punições. Permitindo que ele desenvolva a confiança.

Comentários

Este livro relata a história de um menino que estava em busca de si mesmo, pois estava passando por problemas familiares desde sua infância e com a ajuda da ludoterapia e da observação a profissional que realizava o trabalho com Dibs conseguiu realizar mudanças.
Através dos trabalhos realizados pela psicóloga, Dibs foi adquirindo autonomia em suas atividades, pois o que ele necessitava era carinho, amor e compreensão de seus pais. Que eles confiassem nele e acreditassem em suas habilidades.
Na relação entre Dibs e seus pais não havia confiança, pois estes acreditavam que Dibs apresentava alguma deficiência. Esta falta de confiança pode ter sido desenvolvida através da não aceitação dos pais e principalmente da mãe no momento da gestação. Dibs sempre estava atento a tudo e com isso foi aprendendo sobre tudo o que estava ao seu redor.
Assim como os adultos, as crianças têm a necessidade de carinho, amor, atenção entre outros. No caso de Dibs, ocorreu uma negligência e negação por parte dos pais sobre essas necessidades. Esta negação desenvolveu em Dibs um sentimento de raiva e passou a executar comportamentos que não eram muito bem vistos pela sociedade e por seus pais.
A psicóloga fez uso da ludoterapia, motivando Dibs a se desenvolver interiormente para enfrentar os conflitos que possuía com seus pais e aos poucos ir resolvendo seu lado obscuro e misterioso, através da brincadeira.
Com a ludoterapia, Dibs conseguiu se encontrar e foi aprendendo a respeitar as pessoas e suas diferenças, buscando também ser respeitado para poder ser uma criança feliz.
A psicóloga fazendo uso das brincadeiras para compreender as particularidades da criança, demonstrou aos leitores sobre a importância da brincadeira no desenvolvimento e autoconhecimento das crianças, para construção de suas identidades.
Dibs, inicialmente possui uma história triste, com dificuldades de relacionamento e afetividade com seus pais e sua irmã devido à negação de algumas de suas necessidades enquanto criança. No entanto, após passar por um processo terapêutico conseguiu aos poucos desenvolver suas habilidade e confiar nas pessoas, buscando compreender os acontecimentos que influenciavam em sua vida.
A mãe de Dibs era uma pessoa fria, não demonstrava seus sentimentos, chegando a sentir vergonha do filho que havia gerado. Mimava a irmã de Dibs, como se fosse para demonstrar para este que deveria ser da mesma forma. O pai sempre esteve muito ausente, dedicava-se integralmente ao seu trabalho e seus sentimentos eram mais frios do que os de sua esposa. Desta forma, Dibs procurava saciar suas necessidades de criança com as pessoas no qual adquiria confiança e compreensão.

Um comentário:

  1. Exatamente esta é a historia do livro.
    Indico a todas às mães, pois traz reflexão com relação ao nosso papel a partir do momento em que colocamos mais um pequeno ser no mundo!!!
    Adorei...

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