A identidade não é só o que a
pessoa apresenta, ela agrupa várias idéias como a noção de estabilidades de
pontos que não mudam com o tempo. Algumas destas características que não mudam
são os nomes das pessoas, parentescos, nacionalidade, impressão digital e
outras coisas que permitem a distinção de uma unidade. A identidade depende da
diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Passamos a ser alguém
quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação
que permitem o destaque das características próprias de cada um.
Para a psicanálise, o sujeito só
pode se definir a partir de sua relação com os pais. O sujeito é produto de uma
relação de amor e identificação com os pais. A criança disputa o amor de um dos
pais, buscando identificação com o modelo que o outro representa. Segundo esta abordagem,
o sujeito projeta para o seu interior as identificações infantis e, através
delas, vai formando sua identidade, diferenciando-se dos outros e
possibilitando que a sociedade possa reconhecê-lo como alguém.
Outra importante concepção de
identidade é a psicossocial. Nesta parte, a identidade tem o caráter de
transformação, ou seja, as mudanças ocorrem constantemente, o que, entretanto,
não aparenta. A aparência da identidade é algo que não muda. A identidade, para
a psicossocial, pressupõe a realidade social na qual o indivíduo está inserido.
Revela uma condição de vida, estrutura familiar, religião e costumes da pessoa.
No entanto, sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas por suas
atividades. Esta é a principal construção da identidade.
Vamos nos igualando e nos
diferenciando de várias pessoas, grupos. Se minha identidade é refletida pela
identidade do outro, se faço parte de grupos, minha identidade também é
coletiva.
Nos grupos, sou reconhecido pelo
que faço. Sou produto de uma prática. Diante da pergunta “quem sou eu?”, a
resposta vem em forma de dado, ela representa a identidade, mas existe seu processo
de produção. A Identidade se dá pela auto-produção humana: somos participantes
de uma sociedade, somos a humanidade.
Em virtude de a mudança ser
desigual ao movimento chamado vida, nossas identidades também são reflexas
desta dinâmica. Mudamos nossa concepção de eu no decorrer de nosso desenvolvimento
evolutivo (criança, adolescente, adulto, idoso). No entanto, assusta-nos o desequilíbrio
causado pelas mudanças, necessitando de novas adaptações. Não nos conhecemos em
nossa totalidade; por vezes, escolhemos como nos apresentarmos diante de
determinadas situações, outras vezes, não estamos cientes de nossas
representações. Portanto, não temos um controle totalmente consciente sobre o
modo como nos constituímos: somos produtores e produzidos por uma realidade, a
qual é contrária dependendo do contexto da história.
Somos referência para a
constituição da identidade de muitas pessoas e, assim também podemos ser à base
de outras mudanças nessas identidades. O processo privilegiado para tal movimento
é a aprendizagem, que se constrói na convivência em grupo. Nós, adultos, ainda somos
dotados de um grau de responsabilidade ao tornarmo-nos modelo de comportamento
para muitos com os quais vivemos. Independente de sermos tomados como alvo de
identificação, no sentido de querer ser igual, também podemos ser o modelo ao
qual não se quer assemelhar-se.
Portanto, querendo nós ou não,
afetamos e somos afetados por outras identidades. Todos nós já nascemos com uma
identidade própria, a identidade de gênero, ou seja, masculino e feminino, que
possui uma característica própria e incontestada. Um exemplo da solidez dessa
identidade é o fato de que quando vemos uma gestante logo ficamos curiosos em saber
se aquele novo ser é menino ou menina. O fato é que biologicamente a criança
nascerá com uma dessas identidades e morrerá com a mesma ou ele poderá nascer
com o órgão genital masculino e ter atitudes totalmente femininas e vice-versa.
Isso se dá devido a influências da genética e do meio em que o ser está
inserido.
No passado as identidades eram
mais conservadas devido à falta de contato entre culturas diferentes; porém,
com a globalização, isso mudou fazendo com que as pessoas interagissem mais,
entre si e com o mundo ao seu redor.
O importante é que devemos
respeitar todos os tipos de identidade, para que não exista conflitos e
desavenças entre os povos, pois essas são apenas transformações que se
modificam com o decorrer do tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário