quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Respeito a Identidade

A identidade não é só o que a pessoa apresenta, ela agrupa várias idéias como a noção de estabilidades de pontos que não mudam com o tempo. Algumas destas características que não mudam são os nomes das pessoas, parentescos, nacionalidade, impressão digital e outras coisas que permitem a distinção de uma unidade. A identidade depende da diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Passamos a ser alguém quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação que permitem o destaque das características próprias de cada um.
Para a psicanálise, o sujeito só pode se definir a partir de sua relação com os pais. O sujeito é produto de uma relação de amor e identificação com os pais. A criança disputa o amor de um dos pais, buscando identificação com o modelo que o outro representa. Segundo esta abordagem, o sujeito projeta para o seu interior as identificações infantis e, através delas, vai formando sua identidade, diferenciando-se dos outros e possibilitando que a sociedade possa reconhecê-lo como alguém.
Outra importante concepção de identidade é a psicossocial. Nesta parte, a identidade tem o caráter de transformação, ou seja, as mudanças ocorrem constantemente, o que, entretanto, não aparenta. A aparência da identidade é algo que não muda. A identidade, para a psicossocial, pressupõe a realidade social na qual o indivíduo está inserido. Revela uma condição de vida, estrutura familiar, religião e costumes da pessoa. No entanto, sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas por suas atividades. Esta é a principal construção da identidade.
Vamos nos igualando e nos diferenciando de várias pessoas, grupos. Se minha identidade é refletida pela identidade do outro, se faço parte de grupos, minha identidade também é coletiva.
Nos grupos, sou reconhecido pelo que faço. Sou produto de uma prática. Diante da pergunta “quem sou eu?”, a resposta vem em forma de dado, ela representa a identidade, mas existe seu processo de produção. A Identidade se dá pela auto-produção humana: somos participantes de uma sociedade, somos a humanidade.
Em virtude de a mudança ser desigual ao movimento chamado vida, nossas identidades também são reflexas desta dinâmica. Mudamos nossa concepção de eu no decorrer de nosso desenvolvimento evolutivo (criança, adolescente, adulto, idoso). No entanto, assusta-nos o desequilíbrio causado pelas mudanças, necessitando de novas adaptações. Não nos conhecemos em nossa totalidade; por vezes, escolhemos como nos apresentarmos diante de determinadas situações, outras vezes, não estamos cientes de nossas representações. Portanto, não temos um controle totalmente consciente sobre o modo como nos constituímos: somos produtores e produzidos por uma realidade, a qual é contrária dependendo do contexto da história.
Somos referência para a constituição da identidade de muitas pessoas e, assim também podemos ser à base de outras mudanças nessas identidades. O processo privilegiado para tal movimento é a aprendizagem, que se constrói na convivência em grupo. Nós, adultos, ainda somos dotados de um grau de responsabilidade ao tornarmo-nos modelo de comportamento para muitos com os quais vivemos. Independente de sermos tomados como alvo de identificação, no sentido de querer ser igual, também podemos ser o modelo ao qual não se quer assemelhar-se.
Portanto, querendo nós ou não, afetamos e somos afetados por outras identidades. Todos nós já nascemos com uma identidade própria, a identidade de gênero, ou seja, masculino e feminino, que possui uma característica própria e incontestada. Um exemplo da solidez dessa identidade é o fato de que quando vemos uma gestante logo ficamos curiosos em saber se aquele novo ser é menino ou menina. O fato é que biologicamente a criança nascerá com uma dessas identidades e morrerá com a mesma ou ele poderá nascer com o órgão genital masculino e ter atitudes totalmente femininas e vice-versa. Isso se dá devido a influências da genética e do meio em que o ser está inserido.
No passado as identidades eram mais conservadas devido à falta de contato entre culturas diferentes; porém, com a globalização, isso mudou fazendo com que as pessoas interagissem mais, entre si e com o mundo ao seu redor.
O importante é que devemos respeitar todos os tipos de identidade, para que não exista conflitos e desavenças entre os povos, pois essas são apenas transformações que se modificam com o decorrer do tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário