sexta-feira, 15 de junho de 2012

Quanto Tempo o Tempo Tem!

“O Tempo perguntou ao Tempo, quanto Tempo o Tempo tem, o Tempo
respondeu ao Tempo que o Tempo tem tanto Tempo quanto Tempo, Tempo
tem.”

Muito prazer sou o Senhor Tempo, e desperto reflexões e interesses de várias pessoas em variadas áreas, desde acadêmicos até as pessoas que tem o interesse de tentar explicar os problemas que estão envolvidos em nossa vida cotidiana. Com certeza, esta preocupação não é tão recente para o homem, voltando à filosofia antiga, desde os hebreus chegando até os gregos, pela filosofia cristã, pela filosofia moderna até os dias atuais.
Muitos de nós, devido a nossa rotina diária “moderna”, assumimos sem saber que o tempo adota um ritmo próprio, sem sofrer influências. O tempo é o único que não pára, sempre irá prosseguir mesmo que o funcionamento de algum processo seja interrompido.
Gerson Luis Trombetta comenta que: “O sentimento intuitivo de que o tempo é universal e absoluto seguidamente entra em conflito com certas experiências que fazemos com o próprio tempo.”
Uma experiência que nos assombra é a de que existe uma desconfiança objetiva do tempo que surge quando realizamos comparações com nossa “definição interna” do tempo. Essa definição interna do tempo abrange uma consciência permanente que pode variar dependendo da nossa atenção ao presente. Se a atividade que estamos desempenhando é interessante, é normal que “esqueçamos” do tempo e este parece ser curto. Já de outra forma, quão mais atenção dedicamos ao tempo, mais longo ele parecerá.
O incerto tempo continuamente inspira edição de filmes e livros. Há certo deslumbre ao redor da influência do tempo, mesmo que seja para voltar ao passado, ir para o futuro ou meramente pará-lo.
Definitivamente ninguém sabe quanto tempo o tempo tem, mas sabemos que não temos muito tempo para muitas coisas. Parando para avaliar, fico surpreso com a quantidade de coisas que eu faço, mesmo não arranjando muito tempo. Quando eu realmente tinha tempo, não usufruía, bem como quanto mais tempo eu tinha, mais tempo eu desprezava refletindo no que eu poderia realizar no tempo que eu possuía.
A teoria científica e filosófica do tempo tem sido um elemento de meditação por parte de muitos especialistas e filósofos. Porém, atualmente o que mais tem se revelado como um campo de interesse, por ambas as áreas, é como o tempo está sendo aproveitado na contemporaneidade.
Olinda Maria Noronha (2003) comenta que:

“Nas ciências e nos conceitos propostos antes de Kant (1724-1804), o espaço teve um papel preponderante, sendo que o tempo estava determinado pelo espaço e a ele subordinado. Leibniz (1646-1716), por exemplo, sustentava que assim como o espaço é uma ordem de coexistências, o tempo é uma ordem de sucessões que fluem de modo uniforme. Kant critica Leibniz ao desenvolver uma doutrina do tempo na Crítica da Razão Pura, negando que o tempo seja um conceito empírico derivado da experiência, sendo, portanto, uma representação necessária que subjaz em todas as nossas experiências, ou seja, uma forma de intuição a priori.”

Estas exposições têm como objetivo somente realçar a valor da discussão sobre o tempo para o aperfeiçoamento da ciência histórica e para a compreensão da historicidade humana.
Na atualidade nós nos entregamos de forma obsessiva ao controle exercido pelo tempo e no final das contas não acaba sobrando mais nada de tempo útil. A dor da “falta de tempo”, tem a ver absurdamente com um exagero de atenção que damos a ele, esquecendo “temporariamente” daquilo que praticávamos perfeitamente na infância.

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